Vídeo mostra momento em que presos saem das celas; polícia investiga facilitação
Texto: Luciano Tavares
Quarta-feira, 26 de julho. O relógio marcava 11h03. Era hora de almoço no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Um policial penal passa de cela em cela entregando marmitas. Segundos após, um detento sai de uma das celas, aborda outro preso e sai às pressas pelo corredor. É o que mostra um vídeo encaminhado ao Notícias da Hora. As imagens são apenas um pequeno fragmento do material que serve como objeto de investigação da Polícia Civil para saber como e de que forma os detentos do presídio tiveram acesso à sala de armas para depois promoverem um massacre na unidade.
A rebelião durou mais de 24 horas. Começou na quarta-feira no final da manhã e encerrou na quinta-feira.
Policiais penais foram feitos reféns e cinco presos, líderes da facção criminosa Bonde dos 13, foram mortos, três deles decapitados, segundo a polícia. Um policial penal foi atingido com um tiro de raspão no rosto. Após a presença do promotor de Justiça Tales Tranin e do advogado Romano Gouveia, da Comissão de Direito Criminal da Ordem dos Advogados do Brasil no Acre, os presos resolveram encerrar o motim.
Um dia após o massacre no presídio, o diretor-geral de Polícia Civil, delegado Henrique Maciel, falou em instauração de inquéritos.
“Após toda aquela situação, a rendição dos presos, a Polícia Civil entrou em campo para iniciar os trabalhos periciais. Foram instaurados dois inquéritos policiais ainda no presídio. Um para apurar a dinâmica do que aconteceu, do que causou essas mortes, e outro para tratar da dinâmica, de como tudo se iniciou no presídio. O trabalho da perícia é de grande importância para entendermos como tudo aconteceu, é primordial para esses casos”, ressaltou.