Ulysses diz que “curso de guerrilha” no Complexo da Maré comprova ineficiência da segurança pública
O deputado federal Coronel Ulysses (União/AC) classificou de “absurda e vergonhosa afronta” às autoridades da segurança pública do Lula, em especial o ministro Flávio Dino [Justiça], a ação de criminosos do Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, participando em um centro de treinamento do crime de “curso prático de táticas de guerrilha”. O caso veio à tona no domingo (24) no programa Fantástico, da Rede Globo. Durante dois anos, a Polícia Civil do Rio mapeou o grupo criminoso que controla a área onde foi criado o centro de treinamento, local onde foi ministrado o “curso de guerrilha”.
Da tribuna da Câmara, Ulysses lembrou que o Complexo da Maré, onde ocorreu o curso para bandidos, “é o mesmo onde o atual ministro da Justiça foi recebido com tapete vermelho, para que ali pudesse entrar com toda segurança. A Polícia não consegue fazer isso, mas ele [Flávio Dino] consegue”.
Ulysses disse, após ver as imagens, que “os treinamentos mostrados, são treinamentos para tropa especializada dentro da Polícia, dentro do sistema de segurança pública. Vi ali técnicas de progressão, de pulverização, de contraemboscada, de emboscada, dentre outras”. Para o deputado, que é especializado em Segurança Pública, a situação mostrada no Fantástico é de “extrema preocupação e, se o governo federal não levar a questão da segurança a sério, o Brasil caminha rapidamente para virar um narcoestado”. O termo narcoestado é aplicado a países cujas instituições políticas se encontram significativamente influenciadas pelo tráfico de drogas.
Vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara , e com mais de 30 anos nas ruas enfrentando bandidos e facções criminosas, o deputado Coronel Ulysses tem alertado, no Parlamento, em reuniões e em artigos em jornais, como O Estado de S. Paulo, acerca do empoderamento das organizações criminosas dedicadas ao narcotráficos e da inércia do Estado Brasileiro em enfrentar a crise de violência, que se arrasta no País e aumentou no atual governo, provocando indignação na sociedade. Recentemente, Ulysses recebeu carta de uma moradora de São Paulo, a qual leu da tribuna da Câmara, em que a missivista [autora do texto escrito à mão) pede ao deputado, e a seus pares, ação mais firme do Parlamento em relação à inércia do Estado na busca de solução para, ao menos minimizar, as sequelas do câncer da violência que assola o Brasil.
Como parlamentar, Ulysses afirma que, diariamente, “tenho atuado no sentido de combater a inércia na atualização legislativa dos normativos penais, a fim de dotá-los da maior capacidade coercitiva sobre o criminoso”. E esse trabalho, diz Ulysses, é feito através de iniciativas de leis que assegurem o aumento das penas e a redução dos subterfúgios garantistas processuais no arcabouço jurídico brasileiro, de modo a permitir maior rigidez do Estado, quando da aplicação das penas, àqueles que insistem na prática de crimes e levam o terror à sociedade.
Porém, diz Coronel Ulysses, “da parte do atual governo [petista] não se observa essa preocupação. Pelo contrário. Observamos, sim, é a passiva atuação do governo federal em relação às organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico”. Segundo Ulysses, o governo Lula se preocupa mais em promover justiça aos denominados “terroristas”, expressão fartamente usada pelo ministro Flávio Dino [Justiça] quando se refere às pessoas que ocuparam prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro pretérito.
“O senhor Flávio Dino precisa acabar com as bravatas, e agir”, diz Ulysses
Tais fatos, segundo Ulysses, demonstra que o ministro da Justiça e Segurança Pública, da atual gestão petista, abandonou a pauta de enfrentamento às organizações criminosas para engajar-se em discurso meramente político e lacrador. “Esse comportamento é contraproducente ao sistema de justiça criminal”, observa Ulysses, acrescentando que, “em vez de agir firmemente no combate ao crime, esse senhor [Flávio Dino, da Justiça] se ocupar em condenar ações policiais, como a que ocorreu recentemente em São Paulo, destinadas a combater a atuação de organizações criminosas”.
Aliás, diz Ulysses, “a atuação de Dino merece maior atenção dos órgãos de controle, pois, ao negar fornecer imagens à CPI do 8 de Janeiro, alegando que as mesmas não mais se encontravam nos arquivos de sua pasta, o ministro, no mínimo, tenta esconder alguma coisa”. Ainda, de acordo com o deputado, ao não acionar a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para debelar os atos daquele 8 de janeiro, sob a alegação de que não fora acionado pelo Governo do Distrito Federal, “o ministro demonstrou sua incapacidade para gerir a importante pasta da Justiça e Segurança Pública de nosso País”.
“Chega de bravatas e pautas meramente ideológicas e poliquiteiras”, afirma Coronel Ulysses, acrescentando que a sociedade brasileira está saturada e não suporta mais tanta violência, nem presenciar bandidos participando de “curso prático de técnicas de guerrilhas”, como o episódio exposto no último domingo no programa Fantástico.