Primeiro caso suspeito de varíola do macaco é confirmado no Acre
Paciente de 30 anos é 1º caso suspeito de varíola dos macacos investigado no Acre, informa saúde — Foto: Science Photo Library
O primeiro caso suspeito de varíola dos macacos é investigado no Acre pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). O paciente é um homem de 30 anos, que deu entrada em uma unidade de saúde e apresentou sintomas leves, segundo informação repassada por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância de Saúde do Acre (Cievs), nesta terça-feira (14).
De acordo com a Sesacre, o paciente deu entrada na Unimed, em Rio Branco, nessa segunda (13) e apresentou quadro de febre, adenomegalia (inchaço no pescoço) e erupção cutânea e relatou ainda ter tido contato com pessoa vinda do exterior.
O paciente foi orientado a permanecer isolado em casa e está sendo monitorado junto às pessoas com quem manteve contato nos últimos dias. A investigação do caso será feita pela Vigilância Epidemiológica Municipal.
Na semana passada, a secretaria tinha informado que foi montada uma sala de situação para acompanhar as suspeitas, após ter sido confirmada a investigação tanto no estado de Rondônia, como também na Bolívia.
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Exame vai para Minas Gerais
O chefe do Departamento de Vigilância em Saúde do estado, Gabriel Mesquita, disse que, apesar de o caso ser monitorado pelo município, a Sesacre também vai acompanhar de perto.
“Um paciente que evolui bem, sem gravidade, está isolado em casa, vai proceder com a coleta de material biológico para ter a confirmação do caso suspeito. Nosso laboratório de referência será o Lacen de Minas Gerais, que vai receber essas amostras, mas ainda não temos prazo para essa devolutiva. Ele segue monitorado pela equipe municipal de vigilância e o estado acompanha. A gente tem feito isso desde a instalação da sala de situação nacional”, destaca.
Macaco não é transmissor
Apesar do nome da doença, Mesquita destaca que a doença não tem ligação com o macaco e que é considerada leve. Ele faz o alerta para que as pessoas não venham fazer algum tipo de mal ao animal.
“Na verdade, foi consenso para definição do nome para Monkeypox justamente pelos macacos não terem envolvimento nesse processo de transmissão e para evitar que as pessoas façam esse mal com o macaco. Eles não são reservatórios da doença, não fazem essa transmissão direta, então, por isso, que decidiu-se pela comunidade científica que o nome seria Monkeypox para evitar esse estigma aos animais que não tem nada a ver”, pontua.
Ele destaca ainda que a transmissão da doença é feita de forma bem direta, com contato muito próximo.
“É uma doença de transmissão baixa, lenta, e é preciso ter um contato muito próximo, toque na pele, com secreção que sai da fístulas, secreções orais, então é uma doença que pode ser facilmente evitada com uso de máscara, evitar estar muito próximo a pessoas que estiveram em região que está tendo essa circulação de casos”, orienta.
O primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado na quarta-feira (8) na cidade de São Paulo. O paciente, um homem de 41 anos que viajou à Espanha, está em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital.
Sintomas e transmissão
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.