Mulheres são maioria no quadro de servidores do Estado do Acre

De acordo com dados da Secretaria de Planejamento e Gestão do Acre (Seplag), dos 33.137 servidores ativos do Estado, cerca de 55,39% são mulheres, dados que demonstram a importância da presença feminina para a estrutura administrativa, evidenciando o protagonismo feminino, suas conquistas e os desafios enfrentados.

Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres responsáveis financeiramente pelos domicílios vem crescendo a cada ano e já chega a 34,4 milhões. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual de domicílios brasileiros chefiados por mulheres saltou de 25%, em 1995, para 45% em 2018, devido ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho.

Agente administrativa, servidora da Seplag há 35 anos, conta do desafio de conciliar ser servidora e mãe no início de sua carreira. Foto: Mariá Thaumaturgo

Tereza da Silva Andrade Ferreira, agente administrativa, servidora da Seplag há 35 anos, conta do desafio de conciliar ser servidora e mãe no início de sua carreira: “Foi uma batalha, pois não tinha com quem deixar meus filhos. Passei por muitas necessidades porque é um desafio muito grande conciliar mãe, dona de casa e trabalho. Não tinha nenhum incentivo, a gente estudava e trabalhava. No final, eu optei pelo trabalho”.

Para Tereza, largar o trabalho remunerado não era uma opção, apesar das investidas familiares para que cuidasse dos filhos e da casa de forma integral.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira, 8, representa diversas conquistas sociais, econômicas e políticas das mulheres ao longo dos anos. Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, a data é comemorada desde o início do século 20.

Adilene Souza da Silva Oliveira, que possui um negócio no ramo alimentício com a venda de cappuccino e cookies. Foto: Mariá Thaumaturgo

De acordo com dados do IBGE de 2018, as mulheres dedicaram, em média, 21,3 horas por semana a afazeres domésticos e cuidados de pessoas, quase o dobro do que os homens gastaram com as mesmas tarefas – 10,9 horas.  Ou seja, embora tenham passado a trabalhar de forma remunerada, isso não as isentou do trabalho doméstico. Afinal, geralmente são elas as responsáveis por limpar a casa, lavar as roupas, cuidar dos filhos, dentre outras tarefas não remuneradas.

Muitas servidoras ainda empreendem, como é o caso da agente administrativa da Seplag Adilene Souza da Silva Oliveira, que possui um negócio no ramo alimentício com a venda de cappuccinos e cookies. “Sou funcionária pública e com esse meu empreendimento posso ter uma renda extra. Faço os produtos à noite quando chego do trabalho e final de semana, mas é algo que gosto de fazer e isso me faz bem, então o cansaço não existe”, explica.