Jovem atingida por carreta durante Cavalgada em Rio Branco deve ganhar quase R$ 30 mil de indenização
Aline Nascimento
Cavalgada em Rio Branco — Foto: Caio Fulgêncio/G1/Arquivo
O organizador de uma comitiva que desfilou na Cavalgada 2016, na via Chico Mendes, em Rio Branco, foi condenado a pagar R$ 28 mil de danos morais e estéticos para uma jovem que foi atropelada por uma das carretas. No acidente, a mulher queimou uma das pernas e ficou com sequelas físicas e estéticas permanentes.
Em 2017, ela entrou na Justiça para se indenizada pelos danos. O Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco condenou o empresário Lucas Profeta, responsável pela Comitiva Beba Direito, que se envolveu no acidente, e determinou o pagamento de R$ 10 mil por danos morais e R$ 18 mil por danos estéticos.
Ao g1, Lucas Profeta disse que vai recorrer da decisão. Ele explicou que a jovem não participava da comitiva dele, apenas acompanhava o desfile ao lado da carreta. Segundo ele, a vítima foi atingida pela ladeira da carreta.
“Em relação da parte jurídica vamos recorrer. Em um primeiro momento ela entrou com ação contra o motorista, mas não acharam ninguém e me acionou. Tinha que achar um culpado e vieram atrás de mim. O caso é de 2016, falaram que enrolaram muito, mas não fiz nada para prejudicar ou retardar o processo. Correu normal. Tem muito furos na sentença e vamos recorrer”, argumentou.
Acidente
O defensor público Rodrigo Almeida Chaves, que representa a vítima, disse que a jovem ficou com incapacidade para o trabalho em cerca de 25% e deve evitar atividades que exijam esforço físico. Além disso, a perna da mulher ficou com alguma sequelas.
“Ela estava assistindo ao desfile. Vamos avaliar ainda se vamos recorrer do valor”, resumiu.
No processo, a vítima afirmou que não teve assistência da organização da comitiva. Ela afirmou também que não foi feita perícia no local do acidente. “Estava lá no chão, o segurança da comitiva foi e me tirou do local me colocou no outro lado da rua para a Cavalgada continuar normalmente e eu fiquei lá até os primeiros socorros chegar. Não teve como fazer a perícia porque continuou tudo normalmente”, lamentou.
Assistência
A versão é diferente da apresentada pelo empresário. Segundo ele, após o acidente, a jovem foi atendida pelos seguranças da comitiva, e equipes do Corpo de Bombeiros, Ministério Público do Estado (MP-AC), Prefeitura de Rio Branco e Polícia Militar chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“O próprio representante do MP pediu para retirá-la da avenida, puxar para calçada por causa do sol quente, minha equipe de segurança retira e o Samu leva ela para o hospital. Acabou a comitiva, fui atrás dela no hospital para prestar alguma assistência, mas o hospital falou que tinham feito um curativo e ela estava em casa. Achei que tinha resolvido”, afirmou.
Cavalgada 2016
A Cavalgada edição 2016 foi marcada por confusões, inclusive com a Polícia Militar jogando spray de pimenta nos participantes. Integrantes de uma outra comitiva se irritaram após a cerveja acabar no caminhão oferecido pelos organizadores. Os participantes sentaram no meio da Avenida Chico Mendes para impedir que o veículo continuasse o percurso até que a bebida voltasse a ser oferecida.
Após cerveja acabar, houve confusão entre polícia e participantes da comitiva Toro Loko — Foto: Aline Nascimento/G1
Os integrantes reclamaram também que polícia agiu de forma truculenta e usou spray de pimenta no meio da multidão.
A ação impediu que os demais veículos continuassem o percurso da Cavalgada, que foi paralisada por ao menos meia hora. A polícia foi acionada e usou spray de pimenta para tentar resolver a situação.