Jarude denuncia descaso com famílias acampadas em frente à Aleac e questiona prioridades do orçamento estadual

Assessoria

O deputado estadual Emerson Jarude (NOVO) fez uma dura crítica à gestão do orçamento público estadual durante sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta terça-feira (26). O parlamentar destacou a situação das mais de 20 famílias que estão acampadas em frente ao prédio da Aleac após serem despejadas em uma reintegração de posse no bairro São Francisco, na semana passada.

Segundo Francimar Paiva da Conceição, um dos representante das famílias acampadas, ele e seus vizinhos não receberam o devido suporte por parte do governo estadual, incluindo o acesso ao aluguel social, medida emergencial para situações como essas.

“O que mais me preocupa é que estamos prestes a discutir o orçamento de 2025, que deveria atender às demandas básicas da população, mas vemos cortes em áreas essenciais, como o aluguel social. Para este ano, estavam previstos R$ 2,2 milhões, mas para 2025, apenas R$ 200 mil foram alocados. Isso é inaceitável e a conta não fecha”, destacou Jarude.

O parlamentar também trouxe à tona um contraste preocupante: enquanto recursos destinados a programas sociais estão sendo reduzidos, áreas ligadas à estrutura administrativa do governo estão recebendo aumentos expressivos. Jarude apontou que a Casa Civil, por exemplo, terá seu orçamento ampliado de R$ 14 milhões para R$ 35 milhões em 2025, mais que o dobro do valor atual. O gabinete da vice-governadora também passará de R$ 1,1 milhão para R$ 3,6 milhões, um aumento de mais de 200%, enquanto a Secretaria de Comunicação, passará de R$14 para R$28 milhões no orçamento.

“Esses números mostram que o orçamento está atendendo mais aos interesses do Palácio do Governo do que à população. Enquanto isso, temos famílias em situação de vulnerabilidade extrema sem acesso ao básico, como o aluguel social”, afirmou.

Jarude ainda lembrou das 194 famílias do conjunto habitacional Terra Prometida, que atualmente recebem aluguel social. Segundo ele, os valores destinados a esse programa em 2025 são insuficientes para atender a essas demandas já existentes, muito menos para contemplar novas famílias em situação de emergência.

O deputado encerrou sua fala pedindo mais justiça na alocação de recursos públicos. “Precisamos votar um orçamento que beneficie a população, e não apenas aliados políticos. O dinheiro público deve ser usado para garantir dignidade e atender às reais necessidades do povo acreano”.