Inadimplência no cartão de crédito cresceu mais de 30% no Acre em 2022
Por G1 Acre
Levantamento do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre mostra que, em média, taxa chegou a 3% entre pessoas físicas e jurídicas.
A taxa de inadimplência no cartão de crédito chegou a uma média de 2,9% no Acre em 2022, segundo um levantamento do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre com base em dados do Banco Central. De acordo com o monitoramento, o índice representou um aumento de 30,5% em relação a 2021.
Inadimplência no cartão de crédito cresceu tanto entre pessoas físicas quanto jurídicas — Foto: Reprodução/Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre
O estudo apontou que o endividamento entre pessoas físicas chegou a 3,3%. Já entre pessoas jurídicas o índice chegou a 1,9%, levando a média aos 3% no geral.
Em 2021, a média geral ficou em 2,2%, com inadimplência de 2,6% entre pessoas físicas e 1,3 de pessoas jurídicas.
Ainda no levantamento, é possível observar que o saldo total de operações com cartão de crédito no Acre cresceu 22% no ano passado, chegando a R$ 12,9 milhões.
“O saldo do crédito para pessoas físicas cresceu 24,6% no período enquanto que o saldo para pessoas jurídicas cresceu 15,5%”, diz o estudo.
Saldo de operações no cartão de crédito cresceu em 2022 — Foto: Reprodução/Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre
Endividamento no Acre
Um levantamento da Serasa Experian publicado em janeiro desse ano mostra que, em 2022, o valor da dívida negativada saiu de R$ 1.129.019.001 em novembro para R$ 1.129.242.636,10 em dezembro. Já com relação ao mesmo período de 2021, o aumento foi de 16%, já que dezembro de 2021 o valor era de R$ 976.039.886.
Ao mesmo tempo que o número de pessoas inadimplentes no Acre teve uma redução tímida de menos de 1%, o valor médio continuou acima de R$ 1 bilhão. Midiã Viana, que assessora a Serasa na Região Norte, ressalta a importância da população acreana renegociar suas dívidas. A pessoa pode retomar o seu poder de compra podendo realizar diversas outras tarefas com o dinheiro antes dedicado a pagar somente a dívida.
“Com o nome negativado é impossível ter crédito no mercado, logo, quanto melhor é sua vida financeira, maior a chance de aprovação de crédito, contratação de empréstimos, financiamentos e no caso de inadimplência, a melhor forma de regularizar suas dívidas. Com o nome limpo a pessoa retoma o poder de compra e crédito no mercado, podendo realizar sonhos, como abrir o próprio negócio, viajar, estudar, comprar uma casa ou um carro e assim, movimentar a economia” explicou.
Pesquisa CNC
Também foi divulgada uma pesquisa da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) relativas ao Endividamento e Inadimplência do Consumidor em 2022, mostrou que ao menos 77,9% das famílias brasileiras estão endividadas. No Acre, este valor é distinto: em dezembro do ano passado, o percentual era de 81,2%, representando 92.724 famílias.
No caso do Acre, dos endividados com contas em atraso, 12,8%, ou seja, 14.598 famílias encontram-se inadimplentes; e 3,1% não têm condições de pagar suas dívidas. De acordo com o assessor da presidência da Fecomércio-AC, este percentual é menor do que o verificado em dezembro de 2021, época em que o total de famílias endividadas no Estado era de 90,1%, equivalente a 101.551 famílias.
PL sugere educação financeira
Um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) no dia 3 de maio sugere a implementação de um programa de educação financeira nas escolas da rede pública do Acre.
O PL é de autoria do deputado Eduardo Ribeiro (PSD). A ideia é que os conceitos básicas sobre educação financeira sejam transmitidos às crianças, adolescentes e jovens por meio de conteúdo prático, brincadeiras e jogos lúdico e interativo.
Ao g1, o deputado destacou que no Acre milhares de pessoas estão endividadas e que a educação financeira vai ajudar os alunos a desenvolverem habilidades financeiras básicas que vão ser importantes para suas vidas futuras, independentemente de suas escolhas de carreira.
“Sugerimos a criação de um programa de educação financeira nas escolas da rede estadual de ensino, como é feito o Proerd, que é um programa importante para questão da redução da violência. A ideia é que, desde criança, os alunos possam obter esses conhecimentos e, assim, contribuir com sua família e com seu próprio futuro, sabendo da importância de ter uma saúde financeira”, disse o deputado.
Conforme o PL, o programa deve:
- trabalhar conceitos de finanças pessoais, classificação de gastos: receitas e despesas, trabalhos com orçamento familiar, balanço positivo e negativo e suas consequências, reconhecimento dos diferentes meios de pagamentos disponíveis;
- discutir ações sobre princípios que envolvam consumo e descartes conscientes de itens de uso, utilização responsável de linhas de crédito, economizar para o futuro com foco na formação de patrimônio por meio de compras conscientes;
- desenvolver habilidades a fim de que as crianças possam reconhecer as suas prioridades dentro de uma determinada escala, trabalhar com o planejamento de metas e ações, estruturação de atividades com foco em criação de fundo de reservas, habilidades básicas para entendimento sobre os cálculos de juros;
- trabalhar ações que valorizem a força do trabalho, com o intuito de alcançar a independência financeira.