Histórico: Ponte do Rio Madeira é inaugurada
Diferentes setores da economia acreana dependem da integração com Rondônia. Produtos essenciais, como o combustível, passam pelo estado vizinho até chegar ao Acre. O atraso em entregas e custos de viagem sempre foram problemas enfrentados pelos comerciantes.
“A dificuldade foi sempre a logística, o custo na travessia e espera, demorava mais o material chegar e creio que, com a inauguração dessa ponta, com certeza nossa logística vai melhorar 100%”, explica o gerente de vendas de material de construção, Sebastião Cardoso.
Por causa da posição geográfica do estado, muitas mercadorias só podem chegar ao Acre por meio aéreo ou terrestre. Ainda existe a necessidade de atravessar a balsa do Rio Madeira, o que acaba encarecendo a logística, já que é necessário pagar duas taxas de transporte.
“Nós pagamos dois fretes, não é um frete só. Nós pagamos um frete rodoviário e fluvial porque nós temos a travessia do rio por balsa, então tudo isso encarece, temos menos manutenção dos veículos, então os caminhões tendem a sofrer menos manutenção por conta do trânsito constante, sem interrupções frequentes. Então, a inauguração da ponte é um benefício para o setor produtivo geral no estado do Acre. É uma obra muito esperada, que, com certeza, vai trazer um retorno econômico para o estado do Acre, vem também com um bem-estar social melhor, uma melhor qualidade de vida e a chegada de novas empresas. Consequentemente, uma variedade maior de produtos, bens e serviços que podem sofrer agora uma influência por conta da facilidade de acesso ao estado do Acre”, pontua o consultor da Fecomercio, Egídio Garó.
Gladson disse ao governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, que “a ponte é do Acre” e que ele não ficasse com “ciúmes”. O ato arrancou risos da multidão que acompanhava a inauguração.
“Quero dizer ao Marcos Rocha que a ponte é do Acre. Não fique com ciúmes. Digo isso porque a Abunã começa com A de Acre e B de Brasil”, disse.
A estrutura de concreto e aço, uma das maiores já erguidas pela engenharia na Amazônia, possui 1,5 quilômetro de extensão e 14,4 metros de largura. A ponte possui duas pistas de rolagem, acostamento em ambos os lados e passarela para pedestres.
Iniciada em 2014, a construção recebeu o investimento de R$ 154 milhões. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ficou com a responsabilidade da obra desde os primeiros pilares, sobre o caudaloso Rio Madeira, de 1.450 km de extensão.
Apesar de estar localizada em território rondoniense, a ponte do Madeira é um sonho antigo dos acreanos. Além de colocar fim à travessia de balsa naquele trecho da BR-364, a estrutura conectará o Acre definitivamente com a malha rodoviária federal. Uma obra histórica, importante para o desenvolvimento econômico da região e para a integração nacional, ligando o restante do Brasil, via Acre, aos portos do Pacífico. (Agência de Notícias)
Agronegócio
A ligação entre Rondônia e Acre gera expectativa de crescimento pra região. Rondônia tem o agronegócio como uma das principais atividades econômicas. O estado colheu mais de 950 toneladas de milho na safra de 2019 e 2020, o que o classifica como o segundo maior produtor do Norte.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho bovino rondoniense já é o sexto maior do país, com mais de 14 milhões de cabeças de gado.
Os números do Acre ainda estão crescendo em comparação a Rondônia. O estado produziu mais de 97 toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2020. O rebanho bovino está em torno de 3,5 milhões cabeças de gado, segundo o IBGE. O estado alcançou o status sanitário livre da aftosa sem vacinação no ano passado – o que aumenta as possibilidades para exportação da carne acreana.
‘Gerar emprego’
Mais agilidade nas viagens, menor custo no transporte de mercadorias e maiores oportunidades de negócios. O desafio do Acre agora é avançar o desenvolvimento do estado, a partir da integração com Rondônia.
“O agronegócio tem sido o carro-forte do governo, você vê que a Álcool Verde [empresa] está em processo de renegociação, estamos olhando grupos, a própria peixes da Amazônia, para gerar emprego e digo também que será o ano da agricultura, que é onde vou entrar com a ordem de serviço, a previsão da recuperação dos ramais, que é aquele projeto de R$ 100 milhões que está há dois anos, concretizou-se e vamos começar a dar ordem de serviço agora, aproveitando o verão. Então, é cuidar das estradas vicinais para dar condições de exportar aquilo que está sendo produzido”, destaca o governador do Acre, Gladson Cameli.