Ex-governador Leopoldo Fernandez retorna para Cobija depois de 11 anos
Ainda se tem alguns processos a serem resolvidos perante a justiça no caso de Porvenir, cidade distante cerca de 35km distante de Cobija, onde 13 pessoas foram mortas durante um confronto entre camponeses, em meados de 2008.
Estes foram convocados pelo partido de Evo Morales para tentar invadir o palácio do governo, onde Leopoldo Fernandez era governador. Por isso, após o episódio, foi convidado pelo então ministro do governo da Bolívia, Ramon Quintana, após mandar homens do exército cercar o prédio no centro da capital, dizendo que iria conversar com o mandatário estadual.
Leopoldo foi sumariamente preso, posto dentro de um avião e levado para a cidade de Lapaz, onde foi levado ao presídio de San Pedro e depois, condenado a cumprir 15 de prisão, acusado de ser o mandatário da chacina, mesmo com as supostas testemunhas retirar o que haviam falado antes e o Ministério Público retirando as acusações.
A partir daí, Leopoldo passou a ser um preso político do País, sem poder se defender de acusações que apareciam em estados diferentes. Durante 11 anos e três meses, ficou sem poder sair de La Paz, mesmo conseguindo prisão domiciliar depois de descobrir um câncer na próstata.
Nesse tempo, alguns de seus ex-secretários, senadores, líderes políticos e simpatizantes, tiveram que pedir exilio político ao Brasil, ficando por quase 10 anos sem poder voltar para casa. Somente com a fuga do ex-presidente Evo Morales do País, do vice-presidente e de alguns ministros, está sendo possível o retorno aos poucos.
Leopoldo ainda tem nesta tarde após seu retorno, três audiências judiciais referentes ao caso de Porvenir. Uma grande festa está programada para o final desta segunda-feira no clube social da cidade, para comemorar o retorno definitivo do ex-governador.
Seu algoz, Ramon Quintana, está refugiado em uma embaixada de La Paz a espera do visto para poder sair do País. Seu mandatário, Evo Morales, está com mandado de prisão em aberto, anunciado pela atual presidente interina, Jeanine Añez Cháves, que está atuando para pacificar o País e realizar eleições janeiro de 2020.
Cerca de oito mil pessoas e tumulto no aeroporto
A chegada do ex-governador Leopoldo Fernandez estava marcada para às 7h00, no horário acreano. Devido o clima chuvoso na região de La Paz, atrasou cerca de três horas e meia, mesmo assim, uma multidão invadiu o estacionamento e o aeroporto.
Por volta das 11h30, Leopoldo desembarcou em solo pandino e a saída do aeroporto foi confusa e tumultuada. Todos queriam dar um abraço e uma palavra de carinho. O cordão de isolamento não foi suficiente.
Carreata pelas ruas
Junto com sua esposa e filhas, Leopoldo tentou dirigir o seu próprio carro, mas, foi convencido a embarcar na carroceria de uma pick-up e ir pelas ruas da cidade. Sua saída do aeroporto demorou cerca de 45 minutos à uma hora.
Vida que segue na política.
Durante uma entrevista a uma emissora de TV em La Paz, Leopoldo falou do seu futuro na política. Comentou que não deverá ser mais candidato à cargos eletivos, mas, estará atuando nos bastidores.
“A política está em meu sangue. Sempre estarei a disposição para ajudar meu estado e meu País”, disse após finalizar a entrevista.
O QUE DISSERAM:
Ex-senador Paulo Bravo, ficou exilado no Brasil por 9 anos.