Eventos religiosos no Acre são mantidos até publicação de novo decreto, diz Governo

 

 

g1.com

O Governo do Acre informou, nesta quinta-feira (30), que os eventos religiosos seguem liberados até que o governador Gladson Cameli avalie a decisão do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 (CaeCovid) de suspender os encontros durante a pandemia.

Na noite da última quarta, o Comitê decidiu, juntamente com outras autoridades, suspender os encontros religiosos e acatar a recomendação do Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF) de reavaliar a decisão de liberar os eventos.

A assessoria de comunicação do Governo destacou que Cameli vai analisar a decisão do Comitê e decidir se suspende mesmo os eventos. Ele deve retornar para o estado na segunda-feira (3).

Liberação

Na sexta (24), depois de muita pressão por parte de líderes religiosos, o governador liberou a realização de cultos, missas e outras celebrações religiosas com 20% da capacidade em todo estado durante a pandemia do novo coronavírus. O decreto foi publicado no Diário oficial do Acre (DOE).

Três dias depois, o MPE e MPF encaminharam uma recomendação para que a reabertura dos templos religiosos fosse reavaliada pelo Comitê e órgãos de saúde para saber se era a decisão certa. Foi dado um prazo de 48 horas para que o Governo se posicionasse.

A portaria que permitiu a reabertura das igrejas contrariava o próprio decreto estadual que instituiu o Pacto Acre sem Covid, responsável por estipular os critérios para os setores voltarem a funcionar no estado durante a pandemia. No plano inicial, os eventos religiosos só poderiam voltar na fase amarela com 30% da capacidade, mas todo o estado está em laranja.

As fases são definidas por bandeiras: a vermelha é de emergência e as demais fases do planejamento são: alerta, simbolizada pela cor laranja; atenção, pela cor amarela e cuidado na cor verde. A cada sete dias, o comitê faz a avaliação das regionais de saúde para definir a classificação por níveis.

Pressão e recomendações

Após pouco mais de um mês da suspensão das atividades, as igrejas evangélicas do Acre começaram a pedir pela volta das atividades em meio à pandemia.

Para evitar aglomeração e manter o distanciamento, a Associação dos Ministros Evangélicos do Acre (Ameacre) chegou a dizer que iria fazer escalas de cultos e reduzir em 30% a quantidade de fiéis nas igrejas.

Em junho, os deputados do Acre aprovaram, por unanimidade, um Projeto de Lei (PL) que previa a realização de cultos, missas e outros encontros religiosos durante a pandemia. O Ministério Público Federal chegou a fazer um alerta ao governador sobre a medida e ele recuou.

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus virou alvo de uma representação do MPF após ter reunido mais de 100 fiéis em uma reunião durante a quarentena, na Avenida Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco.

O encontro de líderes religiosos foi flagrado por uma equipe da Rede Amazônica Acre. Em contato com a reportagem no dia seguinte, o presidente do templo sede da Assembleia de Deus, pastor Luiz Gonzaga, confirmou que reuniu entre 100 a 120 fiéis no templo.

No último dia 10 de julho, apesar de existir essa movimentação grande por parte de algumas denominações evangélicas pela liberação dos cultos nos templos, o Instituto Ecumênico Fé e Política do Acre (IEFP-AC) afirmou que ainda não era o momento de liberar as atividades religiosas devido aos números de casos de Covid-19 ainda estarem em crescimento.