Estudantes e funcionários de escola vivem momentos de terror no Calafate

Leônidas Badaró e Davi Sahid do Ac24horas

Na manhã desta quinta-feira, 25, os alunos e funcionários da escola Edilson Façanha, localizada no bairro do Calafate, uma das regiões mais violentas de Rio Branco, viveram momentos de terror quando foram informados que quatro homens armados que estavam circulando nas proximidades da unidade de ensino iam invadir a escola.

Segundo os moradores, que não querem se identificar, já que na região impera a lei do silêncio, os homens seriam membros de uma organização criminosa e estariam à procura de adolescentes que estudam na escola e, supostamente, fazem parte de uma facção rival.

A notícia gerou pânico e houve tumulto, já que os alunos saíram desesperados com medo de um ataque à escola. Segundo alguns moradores, estudantes chegaram a pular o muro para fugir do local. Informação que não foi confirmada pela direção.

Policiais do 4º Batalhão da PM foram acionados, mas ao chegarem ao local os homens armados já haviam se evadido em motocicletas.

“Teve um boato que esses homens armados iam invadir a escola. A gente nem chegou a ver, mas como a história se espalhou os alunos ficaram com medo e deixaram a escola”, afirmou um funcionário da unidade de ensino.

A coordenação da escola reclama da falta de policiamento. “Com essa onda de violência, precisamos de policiamento o tempo todo. Quando a gente liga, eles chegam, passam 20 minutos e depois vão embora”.

Os estudantes estão com medo. Tanto que pela manhã, as aulas foram encerradas após todos os estudantes deixarem a escola. No período da tarde, apenas 20% dos estudantes matriculados compareceram à aula. A própria coordenação da escola Edilson Façanha confirmou que dezenas de pais já solicitaram a transferência de seus filhos com medo da violência.

Sentimento que é compartilhado pelos alunos. “A gente tem medo de morrer, tem pavor. Disseram que os bandidos iam invadir e matar todo mundo dentro da escola”, diz uma jovem e assustada estudante da escola Edilson Façanha.

Os muros da escola e das casas vizinhas estão pichados com sigla das facções que promovem diariamente um banho de sangue em Rio Branco.