Educação, Saúde e Segurança param no Acre: veja o que cada categoria pede
Servidores da Educação, Saúde e Segurança protestam no Acre contra reajuste proposto por governo — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica
Insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo na semana passada, servidores da Educação, Saúde e Segurança estão com atividades paralisadas no estado. O g1 explica o impasse e o que cada categoria pede.
A questão da luta por reajuste salarial dos servidores públicos estaduais se arrasta há anos e o clima tem ficado tenso nos últimos dias, com greves, protestos, vigílias e até fechamento de ruas e ponte na capital.
Nesta terça-feira (15), as categorias se reúnem em protesto em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e ocupam a praça em frente ao Palácio Rio Branco para pressionar o governo. Sobre o ato, o governo ainda não se manifestou.
Servidores estaduais protestam no Centro de Rio Branco — Foto: Adryo Amaral/Rede Amazônica
O que a Educação pede?
Os trabalhadores da rede pública estadual de Educação estão em greve desde o dia 16 de fevereiro. Eles pedem:
- Reformulação do plano de cargos e carreiras do estado;
- Concurso público estadual;
- Prestação de conta da Secretaria Estadual de Educação;
- Adesão do piso nacional para os professore, que é de R$3.800 para 40 horas;
- Salário mínimo para demais servidores e mais R$ 50% em cima do piso nacional.
O que a Saúde pede?
Os servidores da Saúde estão em greve no Acre desde o último dia 8 de março. A categoria cobra que o governo cumpra com as medidas acordadas em junho do ano passado durante paralisação. Eles pedem:
- Realização de concurso público;
- Reformulação do PCCR que está há 22 anos defasado;
- Criação da etapa alimentação;
- Reposição das perdas salariais de 2019 a 2021;
- Pagamento da sexta parte e concessão de licença prêmio aos servidores irregulares.
- Pagamento de Auxílio Covid-19
O que os militares pedem?
Militares do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar também estão em protesto. Um grupo, inclusive, está acampado em frente à Aleac. Eles pedem:
- Reestruturação de carreira;
- Realinhamento salarial com as demais forças de segurança pública;
- Correção do adicional de titulação;
- Melhores condições de circulação de viaturas e cursos específicos para os motoristas.
O Ministério Público Estadual (MP-AC) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar a paralisação dos policiais militares do estado. O promotor de Justiça Rodrigo Curti deu 24 horas para que a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp-AC) apresente as providências adotadas com relação ao fato.
Pautas dos policiais penais
Os policiais penais também participam do protesto em frente à Aleac nesta terça. Segundo o presidente da Associação da categoria, Eden Alves Azevedo, eles buscam:
- Reajuste salarial justo;
- Negociação do PCCR da categoria.
“Depois dos meses de novembro e dezembro do ano passado, onde enfrentamos uma luta grande com o governo para aprovação da nossa lei orgânica, deixamos para reivindicar o salário este ano, até porque tinha a lei que proibia aumentos em 2021. A polícia penal está entrando para reforçar o time da Segurança Pública contra esse aumento que o governador quer dar”, disse Azevedo.
Policiais Civis
Também contrários ao reajuste apresentado pelo governo, os policiais civis do Acre aderiram ao movimento. A categoria pede:
- Recomposição salarial inflacionária de, no mínimo, 24,42%;
- Revisão da Lei Orgânica da categoria;
- Revisão do PCCR;
- Revisão do banco de horas.
Servidores se reuniram em protesto na frente da Aleac nesta terça-feira (15) — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica
Proposta do governo
Na sexta (11), o governador Gladson Cameli anunciou um aumento de 5,42% no salário de servidores públicos estaduais. A proposta ainda precisa passar pela Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac).
O governo informou que o reajuste contempla mais 51,2 mil servidores ativos e inativos e vai fazer a folha de pagamento saltar de R$ 283 milhões, para R$ 309 milhões. Além disso, também vai ser pago o auxílio alimentação no valor de R$ 500 para os servidores ativos com salário bruto de até R$ 4 mil. No entanto, os trabalhadores não aceitam essa proposta.
Educação – Com relação aos profissionais da educação, o governo, que chegou a fazer uma consulta ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e recebeu parecer favorável, vai conceder o reajuste equiparado ao piso nacional no valor de 33,24%. Além do auxílio alimentação mensal para os servidores ativos da SEE de R$ 420.
Saúde – Em relação aos profissionais de saúde, que também estão em greve, o secretário da Seplag, Ricardo Brandão, disse que foi entregue o Projeto de Lei, na Aleac, na noite de quinta (10), para criação do auxílio alimentação, no valor de R$ 500. O PL deve ser apreciado na Casa nos próximos dias. Além disso, ainda deve ser implementado o Auxílio Temporário de Saúde (ATS), no valor de R$ 400 para os servidores ativos da Sesacre.
Militares – Para os militares, que realizam protesto pela reformulação de carreira, o governo informou que fez uma proposta à categoria e que aguarda resposta do que foi oferecido a eles como benefício, mas não especificou o que foi apresentado.
“Neste momento o que está sendo concedido é o do tamanho da capacidade orçamentária e financeira do estado do Acre. Como o governador frisou, nós não podemos ofertar nenhuma concessão de benefício que não esteja dentro da capacidade financeira do estado”, disse o secretário ao anunciar o reajuste aos servidores.