Desalojado por enchentes pela terceira vez em 9 anos, hospital de Xapuri tem futuro incerto
Por Raimari Cardoso – de Xapuri/AC –
Esvaziado pela terceira vez em decorrências de enchentes do Rio Acre e completamente inundado em duas dessas oportunidades, o hospital Dr. Epaminondas Jácome, de Xapuri, voltou a funcionar nas instalações do Núcleo da Universidade Federal do Acre (Ufac), onde também funcionou no ano passado pelo período de quatro meses.
De acordo com a direção do hospital, apesar da óbvia inadequação do prédio da Ufac, toda a estrutura de atendimento, com exceção dos exames de raio-x, está funcionando normalmente.
“Até o processo de mudança e acomodação foi mais tranquilo do que no ano passado”, diz Raimundinha Serra, uma das diretoras da unidade de saúde.
A reportagem também conversou com o gerente do hospital, Celso Paraná, que afirma que o retorno para ao prédio se dará em tempo incerto, após a tomada de todas as providências necessárias, no que diz respeito à limpeza e desinfecção das salas e de acordo com as deliberações tomadas em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
Diante da situação, volta a ser reforçada a necessidade da construção de um novo hospital em Xapuri, um projeto que já existe, por parte do governo, e que já tem, inclusive, verba de emenda parlamentar destinada para esse fim.
“É uma coisa que precisamos começar, tirar do papel para se transformar em realidade”, afirmou o gestor.
Além da perigosa proximidade com a margem do Rio Acre, o prédio do hospital de Xapuri possui sérios problemas em sua estrutura física, a ponto de já ter sido alvo de várias denúncias do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed) de oferecer risco a integridade de pacientes e profissionais. Mesmo tendo passado por algumas reformas nos últimos anos, a situação não mudou muito.
O município de Xapuri já fez a doação ao Estado de um terreno, na parte alta da cidade, para a construção de um novo hospital. A obra é considerada hoje uma das grandes necessidades do município que tem a população de pouco menos de 20 mil habitantes que aspira por uma unidade hospitalar distante da área que alagadas e com estrutura maia condizente com a atual demanda.