De novo: Crise na Saúde leva servidores do lado boliviano a bloquearem pontes que fazem fronteira com o Brasil

Por Jonys David (Ceara)

No Departamento de Pando, na Bolívia, funcionários da Secretaria de Saúde decidiram bloquear as pontes de Brasileia-Cobija (Ponte Wilson Pinheiro) e Epitaciolândia-Cobija (Tranca) em protesto pelos salários atrasados há pelo menos dois meses. A situação tem gerado transtornos para quem precisa cruzar a fronteira, impactando a rotina de brasileiros e bolivianos que utilizam essas vias diariamente.

A crise financeira na Secretaria de Saúde tem afetado diretamente a convivência dos servidores no país, já que enfrentam dificuldades decorrentes da falta de pagamento. Os próprios trabalhadores relatam os desafios enfrentados, ressaltando a necessidade de uma solução imediata para regularizar a situação.

Até o momento, os servidores afirmam que não houve qualquer iniciativa de negociação por parte do governo do Departamento de Pando para quitar os salários em atraso. Em um esforço para chamar a atenção para sua causa, os manifestantes decidiram manter o bloqueio das pontes de forma contínua, permitindo apenas a passagem de pedestres.

A restrição se estende a veículos motorizados, como motocicletas, carros e bicicletas, sendo estritamente proibida a passagem de qualquer tipo de veículo. Os servidores ressaltam que a medida permanecerá vigente até que haja uma negociação efetiva entre o governo local e os profissionais da saúde.

Além dos impactos sociais, os bloqueios temporários nas pontes entre Brasiléia e Epitaciolândia e o Departamento de Pando têm repercussões significativas no livre comércio regional. O município de Cobija, situado na Bolívia, depende do acesso fluido pela fronteira para receber suprimentos essenciais, incluindo gasolina que, antes de chegar a Cobija, passa pelo território brasileiro.

A interrupção do fluxo comercial afeta diretamente as relações entre os comércios de Brasileia, Epitaciolândia e Cobija, que mantêm uma colaboração estreita. Comerciantes bolivianos adquirem produtos brasileiros, enquanto alguns produtos brasileiros também são comprados no lado boliviano. Essa interdependência comercial é crucial para o desenvolvimento econômico local, e os bloqueios comprometem esse fluxo contínuo, prejudicando tanto o abastecimento quanto o comércio bilateral.