Coronel Ulysses participa de Conferência de Chefes de Polícias nos EUA

BRASÍLIA (16.10.2023) – Vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime  Organizado da Câmara, o deputado federal Coronel Ulysses (União/AC) participa, até amanhã (17), nos Estados Unidos, da Conferência e Exposição Anual da Associação Internacional de Chefes de Polícia (IACP). A atividade acontece no Condado de San Diego, na Califórnia. Iniciada no último dia 14, a IACP reúne mais de 16.000 profissionais de segurança pública de diversos países. 

A conferência tem a finalidade de difundir novas técnicas para aprimorar os conhecimentos e as carreiras de seus participantes. Além disso, o conclave apresenta sofisticados equipamentos utilizados pelas polícias de diversos países no combate ao crime e às organizações criminosas.

Na sua estada na Califórnia, Ulysses se reuniu com policiais de países representantes das forças policiais de vários Estados dos Estados Unidos, das Forças Armadas norte-americanas e chefes de Polícias de vários países da Europa e América do Sul. O endurecimento da legislação e a necessidade compartilhamento de informações para combater máfias e organizações criminosas e terroristas, principalmente as transfronteiriças, foram os temas centrais desses encontros.

Especializado em Segurança Pública, na qual atua há mais de três décadas, Ulysses avalia que, no caso do Brasil, “as nossas fronteiras desguarnecidas favorecem a criminalidade, pois facilitam o ingresso de armas e drogas”. E alerta: “ se o Estado brasileiro não agir rápido, e com o rigor, o Brasil corre o sério risco de se transformar efetivamente em um narcoestado”. O termo narcoestado – na definição do Fundo Monetário Internacional – se a um país em que todas as instituições legítimas estão penetradas pelo poder e pelo dinheiro de narcotraficantes.

Ainda durante a IACP 2023, Ulysses visitou  estandes de empresas que trabalham especificamente com software de inteligência e monitoramento, drones de vigilância, equipamentos de proteção individual, armamentos, blindagem, comunicações, armas não-letais, viaturas policiais e novas tecnologias para a atividade policial comunitária, e de ações táticas especiais até o nível de combate à atentados terroristas.

Juntamente com a comitiva brasileira presente à IACP 2023, Coronel Ulysses ainda participou de uma visita à fronteira dos Estados Unidos com o México – nas cidades de San Diego e Tijuana – durante a qual ocorreu o compartilhamento de informações sobre a atuação do policiamento, fiscalização e monitoramento das fronteiras entre os dois países naquele região.

Sala de instrução de drones

Coronel Ulysses ainda participou da apresentação na Sala de Instrução sobre drones do Departamento de Polícia da cidade de Chula Vista, próxima ao Condado de San Diego. A exposição foi presidida por tenente John English (24 anos de polícia), especializado em operações estratégicas, e pela capitã Miriam Foxx (25 anos de polícia,  oficial da Marinha até se aposentar).

Os drones utilizados em Chula Vista são uma ferramenta muito importante em operações policiais e eles os utilizam como first responder (socorrista). Esses drones, explica Ulysses, chegam nos locais de conflitos. A polícia de Chula Vista pode operar drones sem restrição.  A cidade fica a 7 milhas da fronteira com o México.

O programa de drones começou em 2016 após um motim em uma cidade vizinha. Um policial atendeu uma chamada em que um suspeito portava um objeto (possivelmente arma). Após abordá-lo, o suspeito apontou o objeto ao policial, o qual deflagrou um tiro no suspeito, matando-o. Houve um motim após está morte e a corporação implementou mudanças. Por exemplo, implementou o programa de polícia comunitária com policiamento à paisana e viaturas descaracterizadas que chegam na ocorrência antes de viaturas caracterizadas e policiais fardados. Em seguida, implementaram os drones para auxiliar a primeira resposta, o que tem rendido muitos frutos à polícia.


O objetivo dos drones no policiamento é justamente este, servir como primeira resposta.
Em outubro de 2017, o presidente Donald Trump assinou uma ordem para que agências federais começassem a utilizar drones em todo o país. O FAA autorizou e regulamentou o uso do equipamento após consultas com diversos órgãos estaduais e federais em comunidades de diversos pontos do país. Em Chula Vista, o programa de drones começou em 2018.  

Mais de 17.000 operações com drones foram realizadas desde a criação do programa. 
Em 25% das chamadas não é necessário enviar policiais, somente um drone. O tempo de resposta de um drone é 50% inferior ao de uma viatura.


Há um teleoperador de drone que fica em uma torre. Ele é capaz de enviar o aparelho a partir da torre e disponibilizar imediatamente as imagens aos policiais. Os policiais podem assistir às imagens em seus celulares, computadores e nas viaturas. Desnecessário prévia autorização legal para que a polícia criasse o programa de drones, pois qualquer um podem operar um livremente nos EUA. 


Ligações ao serviço 911 de emergência 

O despachante que recebe a chamada direciona a chamada para a Polícia, Bombeiros, Defesa Civil ou Ambulâncias. Os policiais e bombeiros têm acesso à ligação e os agentes policiais podem tomar as decisões necessárias. Por exemplo, enviar um drone ao local da ocorrência.

A mesma tecnologia utilizada pelo Uber para localizar um passageiro é utilizada pela polícia para operar os drones e localizar algo em uma operação policial. O policial tem como filtrar uma área geográfica para apenas ouvir despachos daquela localidade específica.


O policial também pode colocar o sistema no mudo. Porém, o administrador pode tirar do mudo todos os aparelhos se houver, por exemplo, uma ocorrência envolvendo um atirador em uma escola. 
Os drones desta corporação não são utilizados para monitoramento de pessoas. 
Transparência: Todas as ocorrências com drones são publicadas na internet: data, local, motivo da ocorrência. A cada 24 horas a página é atualizada. Há vários outros dados disponíveis na página de internet da Polícia de Chula Vista. 

Para Ulysses, se o governo brasileiro quiser, de fato, enfrentar o crime organizado, poderia muito bem implementar tais tecnologias em nosso território.