Com retorno de mortes por Covid, Sesacre orienta familiares

Apesar de sabermos que a Covid-19 veio para ficar, no ano de 2022 tivemos mudanças com relação às regras para velórios dentro desta nova onda. A revogação dos decretos de enfrentamento à pandemia e o fim da emergência de saúde pública feitos pelo Governo Federal, não deixou estabelecido um limite de pessoas no ambiente, mas ressalta o dever de manter o distanciamento.

De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde do Acre (Sesacre), os velórios apenas podem acontecer com o caixão totalmente fechado, os familiares não podem ter contato com o ente, devem usar máscara e usar alcool em gel. Ressaltam também que o translado entre municípios deve acontecer em até 24hs, pois, se ultrapassar esse tempo, a vítima deverá ser enterrada no local de falecimento.

O velamento de um ente querido é algo necessário para o processo de luto, conforme explica o psicólogo João Auricélio Sousa da Silva. O psicólogo explicou ao ContilNet como elaborar a perda sem a vivência do ritual de velório sem velório.

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João enfatiza que o falecimento se caracteriza pela perda, que está relacionada com o novo, e o novo comumente provoca medo. “Quando você perde uma pessoa e vivencia o ritual do velório, essa vivência ajuda a elaborar todo o processo de perda e soma elementos para que, gradativamente, se compreenda que ao enterrar aquela pessoa, o fim da vida se confirmou”, diz.

Nos limites estabelecidos dentro do pandemia, passou a existir uma dificuldade muito maior na maneira de lidar com o luto. O psicólogo explica que em um quadro em que não se pode cuidar do ente querido, não poder visitá-lo, sequer, não poder velar seu corpo, isso pode dificultar o processo de experiência do luto, e mesmo quando há enterro, mas não foi possível ter aquele tempo vivido no ritual comum, em que se recebe familiares, amigos, confessando sua fé juntos, se consolando. Tudo isso pode implicar em em adoecimento mental.

O psicólogo deixa uma frase de conforto para todos quando diz que “o melhor que podemos fazer pelas pessoas em sofrimento é acolher seu silêncio, oferecer o ouvido e a alma desarmados de discursos prontos, ter presença empática mesmo não estando perto, compaixão, amorosidade e sem julgamentos. Pedimos que usem máscaras, por você e pelo outro”.