Com mais de 300 imigrantes, cidade no interior do AC decreta emergência por conta de Covid-19
Com mais de 300 imigrantes que não conseguem entrar no Peru por conta do fechamento da fronteira, a cidade de Assis Brasil, no interior do Acre, decretou situação de emergência em razão do risco de contaminação pela Covid-19.
O decreto foi publicado na edição desta segunda-feira (23) do Diário Oficial do Estado (DOE) e tem validade de 15, podendo ser prorrogado. O prefeito do município de Assis Brasil, Antônio Barbosa, já tinha chegado a pedir ajuda do governo para auxiliar nos atendimentos aos imigrantes.
Conforme o decreto, o aumento do fluxo de imigrantes colocou em alerta os profissionais de saúde do município, assim como a prefeitura. Isso porque, além das ações de enfrentamento da pandemia, precisa prestar auxílio humanitário.
O documento aponta que a cidade precisa, com urgência, comprar os insumos e contratar profissionais para garantia dos atendimentos. Com a decretação de situação de emergência, essa medida pode ser tomada sem necessidade de licitação.
Fronteiras fechadas
O governo federal publicou uma portaria na quinta (19) na qual determina o fechamento de fronteiras do Brasil com países vizinhos da América do Sul, em decorrência da pandemia de coronavírus. O fechamento se aplica a rodovias e outros meios terrestres, mas não a aeroportos.
A medida vale para estrangeiros que estejam nesses países e queiram entrar no Brasil. Cidadãos brasileiros que estiverem nesses locais podem entrar no Brasil. O fechamento vai valer inicialmente por 15 dias, a partir desta quinta.
A restrição é de entrada no país por rodovias ou meios terrestres e não impede o tráfego do transporte rodoviário de cargas e de pessoas que moram em cidades fronteiriças.
O Governo do Acre mantém equipes do Grupamento Especial de Fronteira (Gefron), do Corpo de Bombeiros na ponte de Brasileia, que liga a cidade ao Departamento de Pando, na Bolívia, e como forma de reforçar as ações solicitou o apoio ao Exército.
Fluxo de imigrantes
Desde o fechamento das fronteiras do Acre com a Bolívia e Peru para evitar a proliferação do novo coronavírus, o fluxo de imigrantes aumentou nas cidades do interior do Acre.
Os imigrantes estão alojados em uma escola em Assis Brasil e recebem suporte da prefeitura local e do governo do Acre. Segundo o governo, uma assistente social da Secretaria de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres está no município para fazer os acompanhamentos.
Há também, de acordo com o governo, uma equipe da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre).
Fluxo de imigrantes tem aumentado em Assis Brasil, no interior do Acre — Foto: Cherlivan Cavalcante/Arquivo pessoal
Covid-19 no Acre
O último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), divulgado no domingo (22), revelou que estado tem 11 casos confirmados de coronavírus. Todos os casos são de pessoas que moram na capital acreana, Rio Branco.
Os casos investigados em Brasileia e Cruzeiro do Sul, interior do estado, foram descartados. O Estado aguarda ainda a contraprova dos exames, que foram enviados para o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA).
Na última (17), o governador do Acre, Gladson Cameli, decretou situação de emergência devido à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
O decreto 5.465, válido por 30 dias e podendo ser prorrogado, aponta ainda que as recomendações valem até que a emergência em saúde prevaleça, assim como determinou o Ministério da Saúde.
Na sexta (20), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovou o pedido de calamidade pública enviado pelo governador Gladson Cameli à Casa. O pedido foi aprovado por unanimidade e tem validade até dezembro deste ano.