Brasileiros arriscam a vida em travessia para deixar a Bolívia por não terem dinheiro para pagar taxa
Uma cena inusitada foi registrada na manhã deste domingo, dia 22, de pessoas que estariam arriscando suas vidas em atravessar um igarapé que faz a divisa entre os países da Bolívia e do Brasil, através das cidades de Cobija e Epitaciolândia.
Segundo foi apurado até o momento, todos seriam brasileiros que estariam tentando voltar após dias no lado boliviano. Entre eles, estariam acadêmicos de medicina que estavam pagando o internado, mesmo no período de quarentena conforme o Decreto publicado pelo governo.
Conforme foi denunciado nesta sábado, muitos acadêmicos teriam sido ‘convocados’ a voltar aos hospitais da Bolívia, mesmo após o governo suspender as aulas e por medo de perder notas e não terem seus diplomas, estavam pagando alimentação e estadia por conta própria naquele país até o dia 31 e, com risco de estender o prazo.
Para poder voltar ao lado brasileiro, foram surpreendidos ao saber que teriam de pagar uma taxa no serviço alfandegário, mesmo tendo um acordo entre os dois países. A taxa estaria valendo cerca de 600 bolivianos e como nem todos tem o valor cobrado, alguns teriam resolvido se arriscar a vida na travessia.
Lembrando que a Bolívia decretou toque de recolher e a quarentena nas últimas 24 horas, sendo proibido circular nas ruas, correndo os risco de ser detidos sumariamente. Para os que não tinham local para ficar, poderiam ser presos a qualquer momento.
No depoimento feito por pais de um dos que pagou a taxa e está em casa na fronteira, demonstrou revolta pelo que está acontecendo em relação aos brasileiros no lado boliviano. “Nossos filhos estão casa… É um alívio e agora vamos nos cuidar juntos”, desabafou.
O fato revoltou os brasileiros que moram no lado acreano de Brasileia e Epitaciolândia, que esperam uma medida pelo governo do Acre e Federal. “Nossas fronteiras são abertas para que nossos vizinhos possam comprar alimentos e outras necessidades, e nem por isso fazemos retaliações. Eles (brasileiros) buscam um sonho que não podem realizar no Brasil e se submetem a esses tipos de constrangimentos. Estamos vivendo uma pandemia e estão cobrando taxas para poder voltar pra casa. Um absurdo!”, desabafou um dos pais.