Atlético-AC vai à Justiça e não descarta acionar Fifa para receber por empréstimo ao Cruzeiro
Cansados de esperar pela disposição da diretoria do Cruzeiro para receber o valor acertado pelo empréstimo do meia-atacante Careca, que ficou no clube mineiro entre agosto de 2017 e agosto deste ano, a direção do Atlético-AC decidiu esta semana que “vai até as últimas consequências” para que o clube mineiro cumpra sua parte do acordo.
Nesta quarta-feira (14), o diretor financeiro do Galo Carijó, Geison Morais, disse ao GloboEsporte.com que, após mais uma negativa da direção da Raposa em quitar o débito, não dá mais para esperar e o caminho será acionar a Justiça para que o caso seja solucionado. O clube acreano chegou a reduzir o valor acertado inicialmente em 50%, parcelado em três vezes, mas não houve posicionamento positivo do Cruzeiro.
– A gente vinha negociando com eles, tentando, fez uma proposta de 50% do valor parcelado em três vezes, e os caras não aceitaram ainda. O empréstimo era por um ano, inclusive, até abrimos mão dele jogar a semifinal da Série D (2017), para eles pagarem o valor do empréstimo até 28 de fevereiro de 2018. Quando chegou em fevereiro eles começaram a enrolar a gente e não pagaram nem um real. Em dezembro de 2017 houve uma troca de presidente no Cruzeiro e o presidente novo disse que não ia pagar, mas não negociamos com o presidente (antigo), e sim com o Cruzeiro – explica.
Em março deste ano, o Atlético-AC chegou a se manifestar publicamente cobrando o empréstimo do jogador e o Cruzeiro, através da assessoria de imprensa, informou que a nova diretoria da Raposa havia contratado uma empresa de auditoria para analisar as bases do contrato firmado com o clube acreano e com o atleta. A direção mineira estaria, naquele momento, aguardando o resultado da auditoria para determinar que ação será realizada. De acordo com Geison Morais, nada mudou na situação desde então.
– Não pagaram nada, só enrolaram a gente. Estamos negociando com eles faz um tempão e eles estão ganhando tempo. Mas a gente vai entrar na Justiça agora, na Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF, e na Justiça Comum – diz o dirigente da equipe celeste do Acre.
Ele lamenta a situação, lembrando que o Cruzeiro recebeu uma quantia considerável de dinheiro com a conquista do bicampeonato da Copa do Brasil, no último mês de outubro.
– Um time que recebeu R$ 80 milhões da Copa do Brasil agora (na verdade foram R$ 62 milhões ao todo), do tamanho do Cruzeiro, passando o Atlético-AC pra trás. Vamos através da Câmara e, se for necessário, a gente resolveu que vai até as últimas consequências. Não dá pra esperar mais não. É um clube muito grande e uma situação muito pequena pra eles. Esse recurso é prato de comida pra jogador. A gente paga salário com esses recursos que recebemos, não temos uma fonte de recursos. Os patrocínios são mínimos. A maior moeda que a gente tinha no ano passado, não jogou a semifinal do Brasileiro porque confiamos no Cruzeiro. O jogador foi prejudicado e o clube (Atlético-AC) foi prejudicado porque não recebeu nada – destaca Geison Morais, citando o prejuízo ao atleta pela falta de oportunidades para atuar no período em que esteve em Minas Gerais.