Após dia de matança, Gladson sugere mais três meses para melhorar Segurança no Estado
Após um dia terrível de matança na capital acreana, com registros de três assassinatos em menos de 12 horas só na Capital, o governador Gladson Cameli falou que a situação pode começar a melhorar a partir de julho. A afirmação foi proferida durante o programa de rádio ‘Fale com o Governador’ deste sábado, 6 – que começou com um atraso de mais de 20 minutos, diga-se de passagem.
Nesta terceira edição, Gladson também voltou a enfatizar assuntos voltados a saúde do Estado, que segundo ele, é seu maior ‘gargalo’ na administração deste governo. Ao avaliar os primeiros 100 dias na área da saúde, ao contrário do que a população opina, ele diz que os resultados foram positivos.
Além disso, Cameli garantiu, durante reunião nessa sexta-feira, 5, que não iria politizar a situação das adolescentes que sofreram sequelas neurológicas após vacinação contra o HPV, já que custeou a vinda de um médico especialista para analisar as pacientes in loco.
No entanto, não foi o que pareceu. O primeiro bloco do programa se dedicou a transmitir reportagem, depoimentos de familiares das vítimas e elogios rasgados do deputado federal Alan Rick (DEM), que estreou a participação de deputados federais no programa. Para ele, foi quase inenarrável a nobre atitude do governador. “Há um sentimento de que essas adolescentes foram negligenciadas, recebendo atendimentos inapropriados, sem atenção necessária, e a presença do Gladson nos dá um sentimento de esperança”, afirmou.
“Estou agindo por conta própria com o médico especialista para ouvir e saber o que o Estado pode fazer”, declarou Cameli. “Pedi que não politizassem a situação, pois, estou agindo como cidadão e não somente como governador.
Alan ainda completou dizendo: “Gladson não governa só fazendo a parte de gestão, mas como ser humano, sentindo a mesma dor das pessoas”. Segundo o parlamentar, o especialista já está fazendo visitas às vítimas e tratando uma possível ida das adolescentes ao centro médico da Universidade de São Paulo (USP) para melhores avaliações.
“Estou satisfeito”
Aparentando não ter conhecimento sobre os últimos três homicídios registrados nessa sexta-feira, 5, em menos de 12 horas (fora os demais) só em Rio Branco, o governador disse em alto e bom som que está satisfeito com o dados atuais da segurança pública no Estado. Ele prometeu que até julho a situação estará ainda melhor.
“Até julho a população nos aguarde, pois, irão chegar muitas viaturas policiais, equipamentos e estrutura para dar mais segurança a nossa população. Melhoraram muito os dados da segurança pública. Estou muito satisfeito”, garantiu.
Mancada
Logo depois, um próprio ouvinte tratou de contradizê-lo, afirmando que a única delegacia que atende os municípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima estaria fechada, e questionou: “quando voltará a ser ativada?”.
“Acorda, Rêmulo!”
Foi quando Gladson, bastante surpreso com a situação, decidiu mandar um recado ao secretário estadual de Polícia Civil. “Secretário Rêmulo, acorde!”. Na ocasião, o progressista afirmou que iria verificar de perto a questão e saber o que teria motivado o fechamento da delegacia. “Não estou sabendo que essa delegacia de Cruzeiro do Sul está desativada”.
Concursados
Outro assunto que voltou a pairar o programa foi a contratação dos candidatos aprovados no último concurso público das polícias Civil e Militar. O governador se limitou a dizer que irá convocá-los, no máximo, até o dia 31 de julho deste ano.
‘Despetização’
As constantes nomeações duvidosas na gestão de Gladson não foram esquecidas. Um morador da região do Alto Acre enviou mensagem questionando o governador sobre a contratação de pessoas do lado petista para atuarem em seu governo. Cameli voltou a dizer que “por mim, já teria acabado com cargo comissionado, mas a lei ampara”.
O fato é que Gladson não pode fugir de suas afirmações durante campana, onde dizia que iria governar para todos. “Funcionários de carreira não posso demitir. Eu dizia na campana que iria ser governador de todos, não vou contra meu discurso. Precisamos também dessa mão de obra”.
Ele não tirou a razão do ouvinte e disse que as supostas nomeações vinham de indicações políticas de parlamentares. Sobre as ordens de exoneração, ele afirmou: “A caneta é minha, mas as indicações e aberturas de portaria vinham de parlamentares. Faziam a indicação política e quando puxavam a ficha, a pessoa segurava bandeira de outro partido”.
Disse ainda que já pensou em exonerar todos os nomeados para que ele mesmo escolhesse a dedo os comissionados. “Mas quero tratar disso, vou tratar dos assuntos do Estado”. E finalizou dizendo que irar tomar cuidado para que isso não ocorra mais.