Alan Rick reúne parlamentares e Azul para pedir retomada dos voos no Acre
Parlamentares também pediram voos diurnos e preços mais acessíveis.
O Senador Alan Rick (União-AC) promoveu, nesta quarta-feira, 24, reunião das Bancadas Federal e Estadual do Acre com o Vice-presidente da Azul Linhas Aéreas, Fábio Campos. Na pauta, a retomada das operações da Companhia no Estado, com voos diurnos e preços mais acessíveis.
A Azul parou de operar no Acre em 2016, alegando “cenário econômico desafiador observado no Brasil”, mas Campos adiantou que já solicitou à equipe técnica um estudo de viabilidade da retomada dos voos. Conforme o Senador, que é Coordenador da Bancada Federal, essa análise deverá ser apresentada em reunião com a Azul, parlamentares federais e estaduais, Governo do Estado e Ministério Público, nas próximas semanas, em Rio Branco. “Vamos reunir segmentos importantes que vão nos ajudar a construir o retorno da Azul. Além disso, estamos trabalhando para que as companhias que já operam no Acre retomem os voos diurnos e ofereçam novamente tarifas promocionais para o Estado”.
Segundo Campos, apesar de o Acre ter zerado o ICMS sobre a querosene de aviação (QAV), o valor do combustível ainda é o mais caro do país, chegando a ser duas vezes mais alto do que em outros estados. Ele afirma que essa é uma das principais dificuldades para a retomada das operações. “O QAV corresponde a cerca de 60% dos custos de operação de uma companhia aérea. Em locais distantes, como o Acre, chega a 75%, por conta da logística de transporte”. Campos lamentou que o querosene de aviação não tenha entrado na nova política de preços da Petrobras, que deixou de obedecer a paridade internacional do petróleo. “Apesar de 90% do combustível consumido pelas aéreas ser produzido no Brasil”, salientou.
Assim como as demais companhias aéreas com as quais a Bancada já se reuniu, o Vice-presidente da Azul também alegou que os prejuízos sofridos pelo setor aéreo durante a pandemia ainda afetam as empresas. “Outros países deram subsídios às empresas aéreas, o Brasil foi um dos poucos que não fez isso”. O Senador Alan Rick antecipou que está trabalhando em uma Política Nacional de Aviação Regional. “Queremos construir esse projeto juntos com as companhias, em especial a Azul, que opera a maioria dos voos regionais do país”.
Campos também citou o grande volume de pessoas que processam as companhias aéreas, como fator de prejuízos financeiros. “O mercado brasileiro corresponde a 3% dos voos no mundo e a 90% dos casos de judicialização”. Conforme ele, em Rondônia, advogados chegam a fazer plantão no aeroporto para abordar passageiros de voos que atrasam ou são cancelados. “Eles entregam uma autorização de judicialização para o passageiro, dão R$ 1 mil na hora e, depois, nos processam por danos morais pedindo R$ 5 mil. Que garantia temos que o Acre não vai virar uma Rondônia 2.0?”, questionou. O Senador Alan Rick disse que esse tema será colocado em pauta da reunião no Estado, por isso convidará o Ministério Público.
Participaram da reunião os deputados federais Roberto Duarte, Gerlen Diniz, Eduardo Veloso, Antônia Lúcia e Zezinho Barbary e os estaduais Marcus Cavalcante, Gene Diniz e Whendy Lima.