Acadêmicos brasileiros denunciam faculdade na Bolívia pela prática de bullying
Acusam uma funcionária de humilhar os acadêmicos que sempre que a procuram, diz: “por que estão estudando aqui? Se vocês não têm condições de pagar!”.
Quase 100 alunos brasileiros que buscam seu sonho que se formar em uma faculdade de medicina, estão tendo dificuldades de ter acesso aos estudos impedidos.
Estes procuraram o jornal oaltoacre.com para relatar as dificuldades que vem passando, principalmente no final de ano, onde precisam ter suas notas lançadas no sistema da faculdade. Caso não aconteça, correm o risco de terem que fazer novas provas e teriam eu pagar por isso.
Reconhecem que as vezes tem dificuldades em manter o calendário de pagamentos, o que resulta em situações que consideram “humilhações” por parte da instituição. A Universidade Técnica Privada Cosmos -Unitepc, localizada na cidade Cobija/Bolívia, segundo eles, tem cerca de 95% de acadêmicos estrangeiros que a mantem funcionando.
Mas, caso não tenham sua mensalidade em dia, um funcionário fica nas portas das salas com a lista dos que estão atrasados. Caso esteja na página, é chamado e não poderá assistir aula ou fazer provas. Isso já foi comprovado e denunciado em outra matéria anos atrás.
Em tempo, a cidade de Cobija se transformou em um polo de ensino com cerca de três faculdades, sendo duas particular e uma federal. Mesmo com o preço de certa forma acessível em relação ao Brasil, a instabilidade na moeda americana as vezes atrapalha no final do mês, sem falar de outras despesas como aluguel, material, transporte, alimentação, etc.
Neste final de ano, relatam que muitos alunos ainda não estão com suas notas devido não estarem com a mensalidade em dia. Acusam uma funcionária de humilhar os acadêmicos que sempre que a procuram, escutam a frase: “por que estão estudando aqui? Se vocês não têm condições de pagar!”.
Dizem que o assunto está sendo empurrado de um lado para outro na faculdade e estão tentando buscar meios para que não sejam prejudicados, podendo até mesmo perder o ano ou desistir do seu sonho.
“…ou estamos com as mensalidades em dia, ou não se faz prova. Ficam com lista na porta de sala chamando por nome, nos deixando ali na mais pura das humilhações, quando não se tem o nome, se vai atrás de pegar autorização de licença para fazer a prova.”
Leia o relato enviado ao jornal abaixo.
Viemos por meio desta expressar nossa mais pura e profunda tristeza com a referida casa superior de ensino, Universidade Técnica Privada Cosmos -Unitepc, localizada na cidade Cobija/Bolívia.
Onde não é a primeira vez que se tem situações como está em seu histórico.
Deixamos claro que a situação do momento já vem se alastrando por semanas e semanas já, e que agora chegamos ao nosso limite.
A faculdade exige tanto dos alunos, mas na hora de tomar as responsabilidades que de fato merecemos, fogem de nós, fazem descaso e muitas vezes até zombam de nós.
São cobrados valores exorbitantes em mensalidade, onde muitas vezes não nos oferecem boas qualidades de ensino e nem respeito. Nos deixam a desejar em vários âmbitos e até fazem com que muitas vezes os nossos psicológicos sejam mais que abalados.
Em época de provas, a referida instituição nos humilha da seguinte maneira: ou estamos com as mensalidades em dia, ou não se faz prova. Ficam com lista na porta de sala chamando por nome, nos deixando ali na mais pura das humilhações, quando não se tem o nome, se vai atrás de pegar autorização de licença para fazer a prova.
Se acaso não se conseguir, se perde a prova e se faz remarcação. No qual, nos cobram mais de 200 bolivianos por matéria de prova perdida. Algo que teria que ser grátis ou então até um valor mínimo. Mas não fazem isso. Já não bastasse isso, nos submetem nessa remarcação, a fazer uma prova oral, e não mais escrita. Imagina a nossa cabeça quanto a tudo. Pois, em uma mesma semana se tem várias provas de matérias diferentes. E onde muitas outras vezes o aluno se vê tendo que fazer duas provas no mesmo dia, isso não é justo e nem coerente. Em algumas situações, o aluno não tem condições de estar com as mensalidades em dia mesmo, pois sabemos como é bem a nossa realidade financeira quanto a tudo, se vai com todo zelo pedir um prazo maior para a Coordenadora do Curso, Dra. Andrea Valdez, onde a mesma nos diz: por que estão estudando aqui? Se vocês não têm condições de pagar! Por um minuto acho que ela esquece que até o salário dela vem do nosso bolso. A outra situação é a falta de soluções imediatas que tanto reivindicamos várias vezes, falta de informações e muitas outras vezes até a falta de empatia quanto a nós como as nossas situações. Em tempos de ‘paro’, a faculdade não liga muito em como iremos chegar lá, mas cobram muito a nossa presença e muitos doutores até passam trabalhos com pontos para quem está em sala. Total absurdo. E não, não é vitimismo. Mas, existem dias que não se tem nem dois reais no bolso para uma água, que dirá pagar transporte para ir e voltar de lá. Estamos lá por um sonho por isso estamos aguentando tanto. Mas há situações em que não se pode mais calar, se acostumaram a sempre aceitarmos calados o que nos impõem, mas basta!
A situação do momento se refere a que mais de 75 alunos estão com problemas com suas notas, notas que deveriam estar em sistema desde a N/2 e até agora nada. Notas que faltam e que são de direito nossas que estejam onde devem estar, e sem que falte meio décimo. Como muitas vezes somem com pontos nossos. Desta vez, existem alunos que estão correndo o sério risco de nem suas becas conseguirem renovar por justamente não estarem com suas notas suficientes no sistema. E a outra maioria, está sujeito a repetir matérias nas quais foram aprovados porque não estão com suas notas no sistema. Algo que é de única e total responsabilidade deles. Agora eu lhe pergunto: é justo isso? É justo sofrermos por irresponsabilidades deles? Se nos cobram tanto, porque não nos retribuem da mesma intensidade? É justo nossos pais, maridos, esposas, ou demais familiares que nos ajudam tanto a pagar nossas mensalidades e nos manterem lá, termos que pagar o preço de algo que não é culpa nossa? Uma matéria que se repete, é um ano que se perde. É justo perder algo que você aprovou? Chega! Queremos soluções imediatas e mais respeito perante a nós. Principalmente, os brasileiros. Que somos um total de 95% da população estudantil no referido curso! Se a faculdade se mantém de pé, é porque nós estamos lá, é porque mesmo com tantas dificuldades, estamos lá pagando tudo em dia e lutando para não falhar com eles. Não pedimos e nem queremos nada além e sim o que é nosso por DIREITO. Nos informaram que até ontem iriam solucionar o problema das nossas notas, até hoje neste horário nada positivo tivemos, inclusive já fomos à faculdade hoje atrás de respostas, e para variar jogaram a responsabilidade como ping-pong, de um lado para o outro. Portanto, a nossa forma de manifestar foi através deste jornal local e de grande visibilidade na região. Chega de descaso e chega de rir com a nossa cara. Queremos e merecemos respeito e as nossas notas que por mérito alcançamos.